Arquitetura colonial
e imaginário barroco

Igreja da Boa Morte
De acordo com Augusto Telles, as obras arquitetônicas e artísticas goianas merecem ser admiradas pelo excepcional caráter e força plástica. "Tanto nas construções civis como nas religiosas, a técnica de construção mais generalizada, de começo, foi a taipa de pilão. Simultaneamente, na grande maioria dos casos, e de forma particular na área goiana, usou-se uma ossatura de madeira dupla, interna e externamente. O aspecto geral das edificações era extremamente sóbrio, mesmo nas igrejas ou prédios de maiores dimensões e importância". (1)
O livro Arte no Brasil destaca outros detalhes: "a técnica de taipa de pilão sofreu adaptação com a introdução de estruturas suplementares de madeira, transformando, às vezes, a terra socada em mero vedo de vãos estruturais. O que mais caracteriza a arquitetura goiana do século XVIII é o tratamento das janelas, guarnecidas de rótulas em balanço, protegidas do sol por gradeado elegantemente esculpido, e que não é encontrado em outras regiões.

Entretanto, sabe-se que na Capitania trabalharam santeiros, escultores e entalhadores, dos quais um apenas tem vida e obra conhecidas. Chamava-se José Joaquim da Veiga Vale, que embora nascido no século XIX, liga-se por seu estilo aos padrões setecentistas.
Mais de duzentas estatuetas de madeira pintada com aplicações de ouro, de concepção claramente barroca, são atribuídas a ele. Toda a produção de Veiga Vale encontra-se conservada no Museu de Arte Sacra (da Igreja da Boa Morte) da Cúria de Goiás".
(1) Atlas dos Monumentos Históricos e Artísticos do Brasil. Augusto Carlos da Silva Telles. Rio de Janeiro: MEC/DAC-Fename, 1975, p.275. (2)Arte no Brasil. São Paulo: Nova Cultural, 1986, p.97
Fotos: Divulgação
Notícia do site http://www2.ucg.br/flash/Arte.html
Com base na análise do texto e nossos conhecimentos em geometria, identificamos formas geométricas simples na arquitetura da Cidade de Goiás, como nos exemplos abaixo:
A igreja de Nossa Senhora do Rosário, possui em seu topo, uma forma semelhante a um triângulo, mas possui extremidades com detalhes esculpidos de forma circular - lembrando também do período Gótico onde as igrejas possuiam torres com o formato de triangulo no teto para lembrar enormes setas que apontam para o céu, uma forma de lembrar aos cristãos o seu objetivo na vida.
Este casarão antigo que hoje é da Secretaria da fazenda de Goiás, tem a forma de um retângulo. Também apresenta um dos princípios básicos para a arte: a simetria. Se passarmos uma linha vertical exatamente no meio do desenho do casarão podemos observar que o que tem do lado direito aparece na mesma quantidade do lado esquerdo, assim a obra fica "leve" aos nossos olhos.